Opiniões divididas entre o lucro potencial e o risco de sujeira no carro levam motoristas a debater sobre trabalhar no carnaval

O período de festa está chegando com força total no Brasil e os motoristas estão se preparando para as viagens dos foliões. O brilho, a música e as várias festas movimentam o mercado de transporte pelas cidades. Muitos passageiros optam por utilizar aplicativos de transporte para chegar aos bloquinhos, desfiles e festas.

Na hora de decidir se devem ficar em casa ou ligar o aplicativo, os motoristas têm opiniões divididas. O risco de assaltos, danos ao carro, passageiros alcoolizados e até mesmo agressivos podem desencorajar as corridas nesta época.

Por outro lado, há aqueles que preferem se entregar à folia e sair com seus carros para trabalhar. É o caso de Silvio, que decidiu se aventurar no carnaval e sair para trabalhar pela primeira vez nesta temporada e está ansioso: “Acho que vou lucrar bastante”.

Luciano, de São João del Rei, também optou por sair às ruas durante o feriado e lamenta: “Infelizmente a gente se sente ameaçado, mas a necessidade é maior que o medo”. Além disso, o congestionamento e a falta de políticas públicas são preocupantes: “Moro em uma cidade histórica de Minas Gerais e recebemos muitos turistas nesta época e em outras festas comemorativas. E para ser sincero, o que mais me preocupa é o trânsito na cidade. Não há um plano de mobilidade urbana e o cliente pede corridas em áreas que não conseguimos alcançar”.

Já a motorista Sheila Strougo, do Rio de Janeiro, afirma que não vai trabalhar. Sheila tomou a decisão depois de ter tido um problema com passageiros em outro carnaval: “O passageiro não quis tirar a bolsa térmica cheia de água do carro, derrubou água e gelo por toda a parte. Tive que pedir para ele desembarcar e encerrar a corrida”. Sheila atua no ramo há 7 anos e diz que as experiências vêm com o tempo: “Quando comecei a trabalhar com o UberBlack, comecei a filtrar meu público… Eu não saio da minha zona de conforto, então neste carnaval, decidi não trabalhar devido ao trânsito e perigo dos passageiros. A falta de fluidez na rua nos atrapalha muito”. A experiente motorista conclui: “Ou você segue o ritmo ou nem sai de casa”.

Edson Mendes Alves, de Teresina, também optou por não fazer corridas durante o feriado de carnaval, devido à questão da segurança. “Como Teresina não é uma cidade litorânea, não há tantos turistas na cidade, mas optei por ficar em casa por questões de segurança”. Entretanto, o motorista lamenta a falta de lucro nesses dias: “Com certeza, sim, vou perder (lucro), é um bom período, o carnaval. Mas infelizmente não vou poder rodar”.

Para aqueles que decidiram trabalhar durante o feriado, medidas de precaução são necessárias. Evitar regiões de risco ou que saiam da zona de conforto, orientar os passageiros a não consumir bebidas dentro do carro e, caso haja algum problema que ameace a segurança, solicitar o desembarque do passageiro.

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